O QUINTAL DA NATUREZA
Ao perceber que a luz de minha longevidade está prestes a mergulhar no horizonte da inexistência. Eu aproveito os últimos momentos que antecedem este meu ocaso, para uma retrospectiva do meu viver no quintal da natureza. Volto a conviver com os murmúrios que me inebriaram a alma e o coração de jovem. Minha imaginação põe-se a levitar na brisa levada pelas asas da saudade. Sorvendo o cheiro das flores de laranjeira e da terra molhada ao cair às primeiras chuvas, quando aquecida pelo sol, a terra nua tombada pelo arado de boi, obedecia à natureza, quebrando a dormência fazia as sementes se ajoelham referenciando a chegada da primavera. Para que a magistral flora silvestre entrando no seu ciclo reprodutivo gestava a biodiversidade.
No cio, as aves do céu a construir seus ninhos para dar sequência à posteridade. E ecoando ao longe no profundo silencio da noite, na voz da historia ouço o despencar da água na bica, e as pancadas do monjolo, as cachoeiras, rolando pedras, e o açoite do vento arrogante carregando as folhas secas descartadas pela mata.
E como se não me basta vem os respingos de recordações que foram congeladas em minha memória, a lampejar imagens ainda fresquinhas que preenchem a tela da mente. As belas e amenas tardes do outono quando o cheiro podre do brejo subia os montes, levados pelo vento vespertino que parecia estar à busca de um crepúsculo, anunciado pela áurea franja do poente, sobrepondo o arvoredo no longínquo horizonte bem na linha divisória entre céu e terra. Resíduos do sol a refletir sorvidos pelas penas do bando de aves que passavam pelas alturas deixando o banhado a buscar nos montes seus dormitórios. E ao longo da paisagem às chaminés com seus filetes brancos encurvados sobre o seu verde, anunciando mais um findar no labor diário rural.
Ao perceber que a luz de minha longevidade está prestes a mergulhar no horizonte da inexistência. Eu aproveito os últimos momentos que antecedem este meu ocaso, para uma retrospectiva do meu viver no quintal da natureza. Volto a conviver com os murmúrios que me inebriaram a alma e o coração de jovem. Minha imaginação põe-se a levitar na brisa levada pelas asas da saudade. Sorvendo o cheiro das flores de laranjeira e da terra molhada ao cair às primeiras chuvas, quando aquecida pelo sol, a terra nua tombada pelo arado de boi, obedecia à natureza, quebrando a dormência fazia as sementes se ajoelham referenciando a chegada da primavera. Para que a magistral flora silvestre entrando no seu ciclo reprodutivo gestava a biodiversidade.
No cio, as aves do céu a construir seus ninhos para dar sequência à posteridade. E ecoando ao longe no profundo silencio da noite, na voz da historia ouço o despencar da água na bica, e as pancadas do monjolo, as cachoeiras, rolando pedras, e o açoite do vento arrogante carregando as folhas secas descartadas pela mata.
E como se não me basta vem os respingos de recordações que foram congeladas em minha memória, a lampejar imagens ainda fresquinhas que preenchem a tela da mente. As belas e amenas tardes do outono quando o cheiro podre do brejo subia os montes, levados pelo vento vespertino que parecia estar à busca de um crepúsculo, anunciado pela áurea franja do poente, sobrepondo o arvoredo no longínquo horizonte bem na linha divisória entre céu e terra. Resíduos do sol a refletir sorvidos pelas penas do bando de aves que passavam pelas alturas deixando o banhado a buscar nos montes seus dormitórios. E ao longo da paisagem às chaminés com seus filetes brancos encurvados sobre o seu verde, anunciando mais um findar no labor diário rural.