*_ O VINHO DOS MORTOS...


Assim me prostrei de joelhos diante da desolação.
Vi os campos dizimados pela morte e o silencio era
a única alma pairando por sobre os cadáveres.
Eu havia chegado tarde.
O sangue dos mortos era como o vinho derramado
por sobre a terra.
Caí de joelhos com lagrimas amargas e me
perguntei muitas vezes qual era meu propósito
nesta terra estranha.

E provei o vinho dos mortos em forma de perdas.

Quando surgi no mundo, representei uma questão,
e minha vida ainda não me deu a resposta.
Ali ao norte das florestas negras, aspirei o ar
gelado que começava a esconder o cheiro dos
corpos.
Quem não conhece e só sonha com o mundo dos
Cavaleiros só entende a magia que eles trazem,
mas desconhecem suas lutas e seus mundos tão
solitários.
E no vinho dos mortos eu bebi minha sede, e
gritei como um desesperado.
Nas espadas dos meus amigos havia o símbolo da
minha.

A cruz...
Os guerreiros de Deus !

Vivíamos e morríamos por um propósito.
Somos viajantes espirituais.
E lutamos sua luta contra o deserto implacável
que leva do coração do homem a esperança.
Somos o equilíbrio, a ordem invisível.
Mas hoje, assino minhas lutas com a caneta...
Por isso sempre fui enviado, através dos tempos.
E as vezes mesmo sorrindo em noites de descanso,
nossos pensamentos duros são como cicatrizes em
nossas testas.

O vinho dos mortos um dia voltará a ser água, e
matará a sua e a minha sede...