Espelho

Quando me bate um reflexo de mim que me diz o que falta para ser feliz pergunto também qual o reflexo das estradas que sigo na vida.

Quero saber um pouco mais de minhas atitudes e mesmo de frente a esse espelho da vida há dúvidas que me desconcertam.

Como obter uma resposta para os erros que cativo em minha inocência de ser culpado por não poder alegar ignorância?

Uma consciência que me entregue a mim deveria bastar para que errasse à medida de minha vontade de ser perdoado.

Perdoar a mim mesmo é tarefa que me incide um sem número de pedidos de sabedoria que me leve ao melhor caminho.

Vou errando e clamando o perdão que dou aos outros na busca eterna de um bom coração que entenda as tentativas frustradas do meu próximo.

Tento absorver a vontade de Deus, que peço no Pai Nosso, para que aquela vontade seja soberana apesar das minhas vontades.

Sigo ao lado do mal que por penitência rogo a Deus que afaste de mim num mundo deixado à sorte de inimigos visíveis ou talvez invisíveis.

Peço que o reino dos céus venha a nós apesar de não me sentir pronto para habitar um paraíso de coisas tão boas que justifiquem a presença de Deus.

Falho, me conserto, e aposto na clemência dos céus para uma salvação que não mereço, como me mostra meu próprio espelho.

Poso para o meu reflexo e vejo a figura de quem por hora espera mais um pouco para brilhar a vontade daquele que me deu vida.

Vivo a expectativa de mudar meus preceitos mais primitivos para ser alguém de quem possa se agradar o criador.