Como Reú
Ao olhar em teus olhos venho a perceber,
Tamanho amor que minh ‘alma tenta esconder.
Sua boca em meus lábios a se encostar,
Sufocam palavras que este amor tenta negar.
Quero em vão contra este sentimento lutar,
Estou em guerra com meu coração que insisti em te amar.
Sinto-me tão indefesa...
Menina perdida...
Por este amor, agora iludida.
Procuro em vão deste labirinto uma saída,
Mas me vejo assim, completamente presa à sua vida.
O tempo que passo ao teu lado me faz pensar,
Em um sentimento tão sublime de tudo querer recomeçar.
Derrepente a lucidez me traz a realidade,
Nosso amor está embebido em impossibilidades.
Choro agora pela minha incapacidade,
Que transborda esta severa e implacável verdade.
Que me envolve agora com dura cobrança,
Regras que me foram passadas ainda criança.
Não consigo, nem quero acreditar,
Que sentimento tão bonito irá nos condenar.
Subo-me como réu...
Em meio as minhas culpas neste tão súpeto julgar.
Será que é este pecado que irá minh’alma condenar?
Conceitos morais apontam-me, mas sou eu a primeira a me cobrar.
O pecado de te olhar, te desejar, de te amar,
Mesmo querendo, não posso mais deste amor me libertar.
Pois este amor é qual meu próprio ar,
Sim confesso ser culpada, no final serei condenada.
Preciso deste sentimento para viver,
Já não consigo me manter longe de você.
Soraia Felipe de Almeida.