NADA...
Silenciosamente dou os primeiros passos em busca do insistente pensamento que me martela o cérebro. Espio a escuridão à minha volta e o receio do nada que se avista, traz um recuo na minha intrepidez. As sombras me envolvem, escondidas na inexistência da luz. Meus passos se tornam vacilantes, a prudência me atinge soberana, os perigos da noite assumem proporções gigantescas. Quero voltar! Voltar e não saber? Mas nada sei do que busco, nem onde me levarão meus passos! A tentação do desconhecido queima o cérebro agitado e na incerteza agoniza a alma. Vou em frente. Tateio paredes que não vejo, apenas sinto o frio que delas vêm. Nada se move, com exceção dos meus pés que não descansam do deslizar constante no chão liso. Não sei por quanto tempo caminhei; apenas o cansaço transmite uma noção real que muito andei. Desilusão! Nada encontrei a não ser a mesma escuridão do início, que perdurou por todo o tempo e o mesmo nada que tanto receei.