ANOTAÇÃO PARA O DIÁRIO (3)

  Depois da chuvarada do meio-dia o céu se abriu e dois canarinhos-da-terra vieram misturar seus amarelos aos amarelos das florzinhas caídas das sibipirunas, no chão do adro da igreja.

  ...Com o ruído dos meus passos pararam, olharam na minha direção, e continuaram, saltitantes, não se importando comigo.
  Outra ave miúda (um ainda mal emplumado coleirinho) atravessou à minha frente voando voo incerto, indo pousar sob os ramos do primeiro arbusto. Do mesmo modo que os canarinhos ele olhou na minha direção e, despreocupado, começou a catar pedriscos para sua moela, enquanto uma carriça gorgolejava no alto de árvore próxima, também sem se importar comigo. "Interessante!... Passei tão perto das figurinhas, e no entanto..." - murmurei, seguindo caminho abaixo. 

  (...)
  ...Interessante!... Toda vez que por ali passo, volto aos tempos de infância; talvez por isso...
  ... - ah, sim! talvez por isso as avezinhas não me tenham visto; e apenas olharam para o lado de onde vinha o ruído dos passos que perceberam:
  ...era, pois, a criança, quem passava ali naquele momento ao lado delas...
  ... - a mesma criança acostumada a descer a ladeirinha em outros tempos.  
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  As andorinhas eram uma alegria só, depois da chuva, voejando ligeiras, pipilando, pipilando!...


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(Texto dedicado aos meus netinhos Lucas e Rafael, no "Dia das Crianças".)

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Out., 12, 2013