Paradoxo
Os cientistas teriam que desenvolver uma fórmula para curar a dor do amor.
Uso o verbo ter, porque apenas com uma fórmula meu coração curar-se-ia.
Tento tira-lo do meu pensamento, mas não consigo. Se pudesse o ter por apenas alguns segundos, meu coração pararia de sangrar um pouco e aliviaria esse aperto que nele sinto.
Como pode alguém gostar tanto, que não é capaz de concentrar-se em mais nada.
Entreguei-me a um profundo descaso com certos afazeres e deveres que tinha como a faculdade e minha família.
Vivo no mundo da lua.
Só penso nele. To me desconhecendo.
Como sou boba, ele nem me nota, usa-se de uma indiferença, que me fere ainda mais.
Será que tem medo de se aproximar de mim? Saber que já o amo, ele sabe.
Ultimamente a única coisa que faço é escrever palavras bobas de amor, como uma forma de esvaziar um pouco tudo que está dentro de mim.
Sinto-me uma completa idiota por escrever tantas tolices.
Por ele faria tudo, trazia a lua a terra, buscava as estrelas, iria ao infinito.
Meu amor é puro como o cristal, sincero feito água que jorra de uma nascente e, verdadeiro feito diamante bruto.
Queria sentir ódio por ele ou ver seus defeitos como algo ruim. No entanto, é tudo ao contrário, só consigo sentir amor e vejo seus defeitos como qualidades.
Penso nele até quando estou dormindo.
Sinceramente, já não sei mais o que fazer. Dói muito aqui dentro do peito, que por sinal vive apertadinho.
Tenho vontade de chorar, porém não consigo, pois se chorasse, seriam lágrimas de sangue. Estou perdida em meu próprio mundo. Nada mais me importa.
Em verdade se morresse, resolveria esse problema, que muitos não entendem. E não entendem porque nunca amaram de verdade.
Não sei explicar como esse amor floresceu, e nem quando começou, só sei que não tem fim. Não tem fim, porque o amo como jamais pensei amar alguém.
Sabrina Oliveira