Carta

Saudade,

Escrever é um ato desafiador

Porque o papel não sente,

Apenas acomoda ideias;

A caneta é como um punhal,

Que mata os sonhos;

O punho, uma prensa,

Que reprime a mão

- Esta mão que já esculpiu

De rosas os teus versos.

Saudade, poeta querido,

Já rezei (de joelhos) pela tua volta,

Quebrei espelhos, dormi em lençol amarrotado,

Chorei, me lamentei, senti na pele a dor

- dor do desprezo teu.

E nesta agoniada solidão,

Espero a hora de acabar o tema,

Que escorre desta tua ausência

Porque há sombra de adeus

Em cada gesto teu!

É proibido enterrar a amizade!

Rosemary Chaia
Enviado por Rosemary Chaia em 21/09/2013
Código do texto: T4491045
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