Carta
Saudade,
Escrever é um ato desafiador
Porque o papel não sente,
Apenas acomoda ideias;
A caneta é como um punhal,
Que mata os sonhos;
O punho, uma prensa,
Que reprime a mão
- Esta mão que já esculpiu
De rosas os teus versos.
Saudade, poeta querido,
Já rezei (de joelhos) pela tua volta,
Quebrei espelhos, dormi em lençol amarrotado,
Chorei, me lamentei, senti na pele a dor
- dor do desprezo teu.
E nesta agoniada solidão,
Espero a hora de acabar o tema,
Que escorre desta tua ausência
Porque há sombra de adeus
Em cada gesto teu!
É proibido enterrar a amizade!