A Estrela
O horizonte não delimita uma estrela;
espelha apenas a razão de uma estrela.
O horizonte não é o quadro, mas o pincel;
a íris emoldura o horizonte e o conduz
ao profundo no imo do espírito.
A íris não delimita uma estrela;
nutre-se apenas da razão de uma estrela.
A íris não é aquarela, mas a mão do sentimento.
Ela cristaliza os momentos,
pontuando o espectro,
hialinizando-se, assim, a mente.
A luz não revela poucas distâncias;
viabiliza o eterno, delimitando a estrela.
A luz não é sentimento,
mas o fomento, a sobrevida,
o risco imáculo no cristal,
as impressões do fóssil,
a cauda do cometa
o rastro no cosmos
os laços do tempo,
os traços distantes,
as marcas do verso uno,
os passos largos de uma estrela...
(dfholanda SP. 17.08.80 Liberdade, SP. 01.12.98 Jd. Umarizal)