Evanescer-se
eu, num eu que já não pertence a mim, como música irrefreável que ecoa, não entendo, como um novelo de lã esquecido a muito tempo, giro e não encontro minhas próprias pontas, não sei se sou eu ou se sou ela e o que é ser eu e ser ela, ou o que pertence a mim e não aos outros ou se os outros fazem parte de mim ou são somente ramificações do mesmo eu, não há limites pro meu entender porque eu não entendo nada, diga-me o que vê em meu poema e talvez eu me convença, porque eu creio que estou no ar, no ar sem volume , sem espaço e sem cor, no ar intocável para qualquer humanidade, acho a cada dia que minha consciência voa, pelas cidades perdidas por aí, sendo tudo e sendo nada, existindo na inexistência. Eu penso que eu sou o mundo