Deixei-me levar pela correnteza de um mar revolto
Curvei-me aos apelos jogados como folhas ao vento

Escolhi do baralho uma carta que não ousei identificar
Joguei-a à mesa, decidido, diante de olhares p
erplexos
Como se fosse um trunfo que me faria o jogo
ganhar
Resoluto como se a dúvida não existisse ao meu redor
Pensei em calmaria, mas defrontei-me com tempestade
Jogada insana, inconseqüente e inesperado desfecho
Estrada estranha que não prometia fim nem começo
Que não me levaria além do que fiz e indago se mereço
Estranho ter que retirar o que é meu de onde nada deixei
E nada trazer comigo, mas apenas o mesmo vazio que levei
Ainda faminto e sedento do que nutre minha alma insaciável
Que busca seu sustento nas migalhas ao chão lançadas
Nova intentona voa refeita, nutrida, com ar de satisfeita
Ela sabe que olhares atentos procuram parceiros de jogo
E que não adianta ter muitos trunfos e não saber jogar
Não se esquecendo que a sorte pode também ajudar

Té...