É...
Quando acabou recolhi tuas roupas,
botei nas sacolas, tirei teu retrato da minha carteira,
lavei toda a roupa pra tirar o teu cheiro, os lençóis, as toalhas, limpei com um pano as digitais na mesa, nas gavetas, nas portas,
nos vidros, lavei as paredes, expulsei cada centímetro de ar que respirasse a ti, xinguei tua raça, amaldiçoei a sogra, maldisse a família e aquela costumeira cerveja no maldito bar do tio Zé no fim de tarde. Sorri só um pouco, o amarelo escondido com a mão, pensando na liberdade e na vingança tardia. Chorei mais e muito, pensando nos erros, nos seios, nos meios, nos vãos... Solidão. Fiquei foi com medo e quando fui dormir, deixei a luz acesa...