Melodias da saudade
Por onde estás agora que descrevo àquelas tais emoções?
Distante, tão quão a minha alma do corpo, o quanto teus lábios dos meus.
Sinto seu cheiro premente em cor, ando colorindo o oculto para ver-te sorrir.
Destaco-me entre os loucos por não saberem que a amo.
Avise-os, o que é o amor, pois saudade não descreve o que avistam;
Avise-me que não estou louco, que apenas te anseio em pele,
já que a ânsia do teu corpo persegue-me a cada manhã;
Manhãs às quais te procuro como um belo instrumento, não qualquer, um clássico;
Distinto ao grave e resplandecente ao agudo, como te olhar.
Solfejarei cada linha do teu corpo, entonarei seus cabelos e dedilharei o desejo de tocar-lhe, com as mais amplas melodias de um coração em chamas.
Queimando a saudade que me faz escrever-lhe, transformando em músicas, as cinzas da sua ausência.