Cinza
Hoje o dia está cinzento. Hoje eu cavo a minha cova.
Não me enterro, mas espero a chuva fria, para que venha me beijar.
Fria como meus dedos sujos e lamacentos.
Hoje minha carne está cinzenta. Como o dia fedorento.
Hoje tudo vai mal o sono profundo é a única saída.
Minha cidade verde me rejeita, como pus amarelado.
Desejo apenas um único segundo de perfeição.
Uma gota suave de veneno puro. Mas que seja puro e só isso.