Cinza

Hoje o dia está cinzento. Hoje eu cavo a minha cova.

Não me enterro, mas espero a chuva fria, para que venha me beijar.

Fria como meus dedos sujos e lamacentos.

Hoje minha carne está cinzenta. Como o dia fedorento.

Hoje tudo vai mal o sono profundo é a única saída.

Minha cidade verde me rejeita, como pus amarelado.

Desejo apenas um único segundo de perfeição.

Uma gota suave de veneno puro. Mas que seja puro e só isso.

Bárbara Guerra
Enviado por Bárbara Guerra em 06/06/2013
Código do texto: T4328323
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