Natividades

Assim percebo as agonias de natividades

poéticas; a noite caminhando nervosa por

baixo de chuva espreitando uma janela

ressaltada por sombra contorcida em dores

de ancas; contrações de paridela.

um candeeiro vigia a figura

dobrada nas curvas do ventre,

apertando entranhas e abrindo

pernas do peito, forçando a mente

a dilatar idéias até coroar

palavras em linhas de versos.

chora parturiente em siléncio,

expelindo sangue; sentimentos

que expulsam um corpo quente

- que pulsa e esgoela-se

como se fosse 'um ser vivo'.

(...breve alívio...)

os dedos cuidam

da cria, limpando sujeiras do parto

antes de agasalha-a ao colo

e solta-la em seguida

ao beneplácito dos olhos

do mundo; outra agonia...

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 08/04/2013
Código do texto: T4229837
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