FANTASMAGORIA VIII
Alma – uma simples causa.
A expressão perfeita da liberdade,
Sempre viva, sempre em movimento...
Traçando a linha pontilhada
das superfícies e do centro
desta cosmogonia eternamente em construção:
- Um só Deus numa multitude viva de formas!
Ao mesmo tempo Arquiteto e obras
Incognoscível...
Ainda que seja Deus.
Ao tudo-todo ligam-se
as circunstâncias,
O novo, que de tão raro,
Sobrepuja o belo
E a realidade viva
que nos embriaga
e devora.
Diante desta arquitetura,
O olho nem tudo vê.
Se destes círculos e retas
também somos feitos, e de destinos
e de sonhos,
Nisso estamos mergulhados.
Tudo nos parece definitivo e por acaso,
mas nada é.
Porém, algo mais, então inédito,
Atrai-nos o pensamento
e nos encanto o coração:
- É o chamado da vida!
E já tudo nos clama
empenho, envolvimento.
Não há mais tempo,
Não enxergamos mais nada,
Mais uma vez embriagados,
e entregues de corpo e alma.
A vida é um eterno presente,
Um grande acontecimento,
sem regras e de muitos recomeços.