Na sala de aula
Vejo-me aqui sentado
A escrever um poema
Que ainda não aconteceu.
Uma canção estrangeira vinda de algum lugar
E estranho o meu pensar em ti,
Em uma hora em que todos os meus sonhos
Deveriam, enfim, terem se dissipado.
Mas a lembrança acalma;
Um bater compassado me alerta (o coração);
Uma voz me fala de terras distantes
Onde o ainda não houve;
Onde o haver não há ainda;
Só o eterno esperar por mim.
Sinto, então, meus olhos se fecharem
E olhos atentos me observam, bem adiante,
Como a exigir minha pronta atenção.
Impossível agora!
Tenho sono de sonhos.