Absoluta Ausência

Absoluta Ausência

Delasnieve Daspet

Oh! Luar da noite, ajuda-me!

Eis-me, no entardecer,

Caminho já estreito,

Deixei-me tomar de repentino,

Tardia, enlouquecedora força...

Após ler as linhas,

Só penso nisso.

Já não consigo esconder ,

Já não camuflo nos ventos que ondulam,

O desejo que toma conta.

O vento sul, que limpa as nuvens,

Bate com insistências as janelas que fechei.

Desliguei a TV, não importa,

Ferrenha, quero por uma pedra, na fenda...

Mas o pensamento, esse matreiro,

Me lembra que lá,

Dentro d´alma

Em todos os momentos

Está o sonho que não ouso sonhar!

E já rememoro, cheia de saudades,

O ritual que agora nego,

O sabor que não permito,

Que gosto terá o suor, o beijo?

E, Lua e Sol que somos,

Chegas e saio de cena.

Silenciosa, sem calor,

Na dolorida madrugada.

Ainda assim, sinta-me, sempre,

Estarei contigo, no mesmo pensamento,

Ainda que em absoluta ausência!

*

Campo Grande-MS- 12-08-05

Delasnieve Daspet
Enviado por Delasnieve Daspet em 22/02/2007
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