*_ UM BRILHO DE ESTRELAS...


Uma mão segura as rédeas, a outra o rosário
de contas.
Olhei a campina e alguém sem sequer me ver,
sente quando estou a descer a encosta.
Embora nunca tivesse anunciado minha ida.

Sou magia sem horários e sem tempos
determinados.
No chão de estrelas ou no terreno das
pedras sou sempre um enigma.
Estranho esses caminhos que, nos conecta a
outros corações.
Estou descendo a encosta agora, isso é tudo
que podes sentir, mato rasteiro, caminho
íngreme.

Um dia minhas palavras beijarão o chão e
minha alma beijará o céu.
Não é no coração que moram as estrelas, são
nos olhos.
Seu coração é terreno de centelha eterna.
Você não pode ler-me no tumulto do dia, mas,
me verás no silencio da noite.

Quem poderá destruir as estrelas ?

Todas as vezes que desço a montanha, venho
trazer meus escritos e um pouco de paz.
Letras tem o dom de falar dentro de mentes.

Desperta você de seus mundos escondidos,
onde os monstros que te assombravam já não
serão mais temidos.

No mínimo, venho matar a saudades
abraçando a alma dos amigos.
O bater dos cascos nas depressões do
terreno é o único som a muitos mundos de
distancia.
Estou descendo...trazendo o que esperas.
Vesti esse corpo para descer e um dia me
desnudo para subir.

Estou indo, aproveite minha presença, sorria
comigo, como sorrio contigo.
Quando segurar minha mão, não deixe de
olhar meus olhos.

Há um brilho de estrelas neles.
Estrelas misturadas, com noites profundas.