Lua cheia

    Da minha sacada observo a lua. Lua cheia, altiva, soberana.
    Penso na beleza e na grandeza do universo. Como ela pode estar aqui e, ao mesmo tempo, em tantos lugares? Quantas pessoas a observam, como eu, nesse momento? No que elas estarão pensando: no amor que se foi ou no amor que ainda não chegou? Por que a lua mexe tanto com os sentimentos da gente? É a inspiração de poetas, de amantes, de solitários seres humanos. É governante das noites, iluminadora de caminhos, a força oculta dos seres ocultos.
    Lua cheia. Cheia de mistérios e de segredos. Cheia de magia e de energia. Ninguém consegue ficar indiferente à sua presença. E mesmo escondida em noites nubladas, ou em outras fases, exerce seu poder extremo, influenciando as marés, controlando o ciclo reprodutivo das espécies.
    Rainha dos céus, mais imponente que as estrelas, a lua fascina, encanta, hipnotiza. Testemunha das guerras, das tréguas, dos infortúnios, das celebrações, das agruras, dos contentamentos. Nada lhe escapa. Nunca. Desde o começo do mundo. Lá de cima, a tudo vê, a tudo norteia.
    Quem é você, lua? Não, você não é apenas um astro. Você há de ser mais que isso. Às vezes acho que você é Deus, transmutado, forjado, disfarçado de satélite para me confundir. Só Deus conseguiria ser tão belo, tão pleno, tão envolvente. Só Deus poderia estar dentro e fora de mim como você, lua. Você está diante de meus olhos, longe, inalcançável, mas está totalmente dentro do meu coração, de minha emoção. Se você não é Deus, quem é você, lua? Seria “alguém” que, a mando DELE, vem para me lembrar de SUA existência, de SEU poder supremo, de SUA onipotência?
    Por que você me provoca tanta indagação? Por que me sinto tão pequena, insignificante, impotente, olhando para você?  Sou um ser vivo, você não é. Porém, parece que a vida está em você, enquanto eu pareço um ser inerte, sem brilho, sem nenhuma importância no universo.
    Lua, minha amada lua, assim como você, também quero estar cheia. Cheia de fé, de amor, de alegria. Sob sua luz prateada quero contemplar a Divindade e agradecer por permitir que você ilumine meus caminhos nas noites escuras, sombrias, ameaçadoras. Nunca me deixe só, ó lua! Envolva-me com seu mistério e me faça sentir a plenitude da vida, até que chegue o dia de eu subir e estar aí, a seu lado, sob a forma de uma estrela.
 
 
Jorgenete Pereira Coelho
Enviado por Jorgenete Pereira Coelho em 06/09/2012
Reeditado em 06/09/2012
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