Auto-Testemunho

Um velho passa por mim.

Sinto em seus passos

O andar do tempo.

Suas mãos tremem:

Reflexo do trabalho

Agora substituído

Por uma bengala - apoio temporal.

Decifro o enigma da esfinge.

Compreendo, agora,

A manhã,

A tarde e

A noite

Da raça humana.

O velho segue em seu vagar e eu,

De longe,

Mãos no queixo,

Me observo.