nascimento

Eu costumava ir fumar naquela rua, que se encontrava entre o lugar em que eu realmente estava e aonde me levava a fumaça de meu cigarro. Eu, como a boa asmática que sou, nunca de fato fumei, meu fumo era um estado de espírito.

E foi com cigarro em boca, naquela avenida tantas vezes visitada, que eu quebrei a minha janela com o punho cerrado, eu gostava do sangue pois ele era real, e dessa forma me puis a ouvir o som de todo um mundo que jamais olharia, meus olhos pertenciam ás paredes que se borravam com meus rabiscos confusos. Foi com o cigarro em boca e com sangue em mãos que eu me descobri escritora

E eu me joguei, quebrei-me escada abaixo, parti-me em pedaços tão pequenos que se misturaram com a poeira de todo o mundo, pois não me bastava escrever com sangue e existencialismo, não me bastava ler o mundo e a mim. Um escritor não é feito de palavras, um escritor é todo aquele que se recompõe apenas pra se destruir