Lisbela e o Pé de Feijão
Lisbela só queria ser feliz.
Simples assim.
Eita! Mas que empreitada difícil era esta tal de felicidade.
O doutor dizia que bastava ler.
O padre, falava que tinha mesmo era que rezar.
Para a mãe, ardida em conselhos e distribuindo puxão na orelha, o bom era casar.
Lisbela às vezes sofria.
E fazia sofrer quem só queria bem.
Um dia olhou pela janela quando o sol começava a sorrir.
No meio das rachaduras do cimento do terreiro, um pé verdinho de feijão brotava todo garboso.
S´imbora Lisbela, tira o muxoxo da cara e limpa os olhos cheios d´água.
A vida é assim mesmo
Ou se contenta com o espinho da cara fechada do mundo,
Ou se vira pé de feijão e brota sorrindo da secura da terra de todos os dias.