Lisbela e o Pé de Feijão

 

Lisbela só queria ser feliz.

Simples assim.

Eita! Mas que empreitada difícil era esta tal de felicidade.

O doutor dizia que bastava ler.

O padre, falava que tinha mesmo era que rezar.

Para a mãe, ardida em conselhos e distribuindo puxão na orelha, o bom era casar.

Lisbela às vezes sofria.

E fazia sofrer quem só queria bem.

Um dia olhou pela janela quando o sol começava a sorrir.

No meio das rachaduras do cimento do terreiro, um pé verdinho de feijão brotava todo garboso.

S´imbora Lisbela, tira o muxoxo da cara e limpa os olhos cheios d´água.

A vida é assim mesmo

Ou se contenta com o espinho da cara fechada do mundo,

Ou se vira pé de feijão e brota sorrindo da secura da terra de todos os dias.

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 14/08/2012
Código do texto: T3830344
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