Sonho e ternura
A passos lentos,
Contados,
Medidos,
Percorro uma distância marcada
Entre o hoje e o ontem.
Distância que faz emergir sombras
Esquecidas e adormecidas.
Sombras que se agigantam e
Tornam-se forças que arrastam sonhos
E tiram-lhe a ternura.
Uma porta abre-se lentamente
Empurrada pela força do amor
E o dia banha com sua luz
O que antes era escuridão.
Nada escapa à força da liberdade.
Nem um único mistério escapa
À urgência da aurora que nasce.
Um segredo é bebido em copo frágil
Até a última gota.
Não há mistérios.
Só a transparência no olhar
E a nudez das palavras
Reverenciada no santuário do pensamento.
Lá onde só entra quem soube esperar
E nunca cansou de amar.