## SINA ##

Apenas um dedo de prosa sob a janela

Onde o sol desconfiado

Insiste em ouvir

Umas contas

Uns acertos

Uns fuxicos ...

Conselhos de manivela...

Lá fora dois filhos uma mãe

Balde d'água na cabeça

Uma bênção

Uma promessa pro fim da seca

Feita aos pés d'um morto gado

Pelo sol prejudicado

Na mesmice de sempre

Onde a sina sempre vence

Sofre bichos

Sofre terra, sofre gente

Um sofrer demente, dormente....

Tudinho de novo

Do mesmo jeito

Finda o dia, desolação...

Nas calçadas tudo sentado

Rostos tristes, nuvens que passam vazias...

Cachorro magro seguindo o dono

Fiel a um abandono

Chapéu de couro em rosto enrugado

Sempre o mesmo recado....

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 30/06/2012
Código do texto: T3752309
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.