Madureira: Um Clima de Pura Emoção!

Revejo os subúrbios da minha infância.
Tempos em que se andava de trem com dignidade.
Ou mais longe: o bonde do Largo de São Francisco, sim aqui no Rio!
Meu destino, à época, Bento Ribeiro.
Hoje, Madureira.
A música também tem espaço:
”Divertir-se em Madureira,
Não existe a Cantareira,
E eu moro em Niterói!”
O ônibus emerge de um mergulhão em direção a viadutos e curvas perigosas:
apresenta-se um novo mundo.
Maracanã em obras, claro, chegando a Copa.
Margeamos a linha do trem.
O trem da Central do Brasil, que não é ficção, mas, realidade histórica.
Observo casas, comércios, pessoas.
Gente simples sorrindo não sei para quem.
Ruas estreitas, sem avenidas ou alamedas.
Chegamos ao Méier.
Alguns apartamentos de porte: gente de sorte!
Mais curvas e um calor abrasador.
Abro a janela. Refresco-me na Dias da Cruz.
No Engenho de Dentro, muitas pedras e vegetação rasteira, alguns tufos reproduzem
a mata.
Quintino, terra do Zico.
Enfim, Madureira!
Ainda existem pessoas sentadas nas cadeiras em calçadas, tal Chico cantou.
Em cada esquina, batucada;
gente sambando e cervejada,
um clima de boa intenção:
paira no ar a inocência
dos que cultivam a emoção.
 
Rogoldoni
24 06 2012
Em homenagem a Sinhá Rosinha, de Madureira.
Com os meus agradecimentos.


Rosângela de Souza Goldoni
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 25/06/2012
Reeditado em 24/08/2012
Código do texto: T3742966
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