O nosso amor é imundo.

Nós nos amamos com sacrifício e nos despedimos com alívio. É difícil acreditar em algo semelhante nesse mundo, porque ódio tamanho ao ver um semblante, eu nunca havia sentido. Odeio-te pelo que faz comigo, me faz perder o raciocínio, a moral e o juízo. Passeias entre minhas coxas sem dar aviso, e acabas entrando em meu coração, mesmo sem ter a minha permissão. Pudera eu me imaginar sem esse teu sorriso irônico e insuportável, de quem não sabe ser amável, de quem não sabe ser benevolente perante meus pedidos para que saias da minha mente. E todo dia não nos dizemos frases belas nem declarações de amor sinceras, repudiamo-nos. E nem parece que amamo-nos, quando nos negamos e quando brigamos. E essa linha tênue, eu não consigo ultrapassar, pois o amor que despertas em mim, apenas me faz te odiar. Em meio a um turbilhão de antíteses, tento fugir do inevitável. Amor que surge das brigas, do ciúme incontrolável. Apenas nesse aspecto nossas idéias têm reciprocidade, no fundo nós dois sabemos, que um amar o outro é pura maldade. Porque quando chegas perto de mim, me cravas um punhal, sinto que meu querer não me pertence, seu sorriso é fatal.

É um amor miserável, que me arranca as forças e parece implacável. É como atirar no escuro, porque o nosso amor é tão sujo, o nosso amor é tão sujo.

11/11/2011