Sem Sujeito
Tudo estava perfeitamente alinhado, o seu caderno encapado com as cores em rosa e laranja, os livros sob a estante, as cadeiras bem ajustadas, roupas engomadas, os dentes brancos, cabelos escovados, unhas feitas, banho tomado, comida na mesa e um grito no peito! Nem tudo parecia estar bem alinhado, principalmente no mundo interno. Só sabia pensar em quem tinha roubado seu coração um dia. Não era amor... Mas era uma esperança depois de dois anos talvez pudesse dar certo. Já tinha sentido aquele aperto no peito antes, mas até que era bom depois de tanto tempo se sentindo sem vida. Uma ansiedade boa, bastante saudável. Talvez saudável não seja a palavra certa, mas é a única coisa que possa definir isto. Vozes entram pela cabeça, são vozes inapropriadas, às vezes em até outros idiomas.
As estratégias de marketing cansam a beleza, a paciência, e a paciência, paciência e paciência.
Possuía amores surreais, reais, tridimensionais, e ódio.
Era menos poeta e usava violência em ritmo constante para não perder o controle. Arregaçava as mangas, devorava a comida, amarelava os dentes, se sujava, descabelava-se, bagunçava os livros e rasgavas os cadernos... Era como um trovão... Só assim ficaria perfeitamente bem internamente.