GRAVIDEZ AOS DEZESSEIS
A formosura de uma noite mágica transmuta-se na formação do futuro trágico com a novidade do ventre.
As duas palavras da voz grossa ecoaram devastanto meu mundo: "me esqueça". O chão já não se encontrava sob meus pés, meu pulsar era forte mas meu espírito estava desiludido.
Meus passos não me tiravam do lugar e a cada tentativa uma lembrança me tomava: "Dezesseis anos!", um passo; "Meus pais...", dois passos; "Amizade", três passos. Parei.
Parar era mais fácil. Parar e não mais seguir. Mas a lembrança do que se fora não me deixava.
Vi meu futuro andar ao lado dele, se distanciar de mim, enquanto a criatura em meu ventre nasceria de um fim.