TCHAU CANETINHA

viva o poeta que

solitário

faz dançar uma bailarina enrijecida

agitando-a ao sabor da canção de sua alma inquieta

bailarina que dança em solo

riscando o piso quase sempre branco

numa louca coreografia improvisada

ora de passos firmes, ora de trêmulos

ensaia e reensaia à exaustão

e até a última gota de seu sangue

morre e não é velada

a bailarina descartável

companheira transitória e inconsciente

de almas que não param de pensar

vil mártir da poesia

adeus