BAU DA SAUDADE

Caminhando por uma estrada

Sentou-se à pedra que encontrou

Logo adiante...

Olhando para trás

A mirar a sua sina

Revê o seu passado

Como se fosse memórias

Póstumas ainda em vida...

Reencontrou a própria infância

A correr de pés no chão

A brincar de pique esconde

E carrinho de rolimã...

Num dia de sol nascente

Encontrou bela mulher

A amou a qualquer preço

E a chamou de seu amor...

Lançou filhos ao mundo

E com sentimentos tão profundos

Venceu a barreira do tempo

E tornou-se ancião...

Envelhecida sua pele

Que agasalhou sua vida

O homem agora franzino

Revê por essa estrada

Sua historia ainda em vida...

Sem tempo para lamento,

Vai viver o que lhe resta

De sua vida nesse terreno...

Se foi infeliz, pouco importa

Pois o que restou de sua historia

Ficou perdido no tempo...

Não carrega mais tantas chaves,

Nem segredo se recorda

Seus pecados mais profanos

Hoje pouco lhe importa...

Ao sentar-se nessa pedra

Já cansado da caminhada

Resgata no tempo, sua historia...

Se existiu já nem se sabe

Mas o que resta de sua historia

Fica guardado no baú saudade.