Night visit
Tela de Andrius Kovelinas
Rumor de um sonho
Divina visão que me iluminas
Por tardes horas, em sonhos preciosos,
De onde vens tu? Dizes-me onde
Te posso encontrar? Acaso habitas neste
Mundo que o vício domina, será que vives aqui?
Ou tua morada contempla a luz infinita,
Que, de noite, brilha intensamente
Com trémulo fulgor? Onde estás,
Homem dos sonhos? Onde caminhas?
És tu, és sempre tu que me aprareces
Quando farta da luz do dia,
Eu peço à fantasia uma sombra;
Então sentas-te junto de mim,
Compreendes meu pensar. Doce, Carinhoso,
A tremer me convidas, apontando-me
Num beijo futuro, mil desejos,
Para compensar-me a dor. Teus olhos
Deitam raios de luz, que secam na alma
A fonte do desgosto, em ti anjo
Só em ti, eu encontro um ombro amigo,
Onde liberto meus cruéis tormentos;
Todos os sentidos são levados
E fazem conceber tua existência,
Como se te dessem humana forma.
Este vulto, este anjo que me fala,
Que me compreende e me dá força,
Será que vou poder encontrá-lo aqui?
Não sei, já não sei se é sonho ou realidade.
Diana Enriquez