ELEGIA PARA OS TEUS OLHOS.

 

Senhora Salzone: Eu prometi!

 

E como eu não sou um poeta só de promessas, antes de tudo, sou um mal chamado prosador às avessas que cismou em te amar.

Eu não entendo, mas vejo e existe algo fascinante em teus olhares tão vivo que eu sinto.

Pois quando tu me envolves com os teus olhos, eu não me envolvo com mais nada.

Minha Senhora muito amada, estamos aqui diante de um “Misterium Tremendum et Fascinans”, melhor seria não questioná-lo, tão somente admirá-lo.

Mas os teus olhos me dizem tudo.

Eles me dizem que tu me amas, pois eu vejo aquela singularidade do brilho de amor que tremeluz.

Senhora minha e muito amada, tu não sabes o poder que deténs em teus lindos olhos.

Eles são bons e mansos, por isso, eles se vestem com esse mel silvestre que te deixa mais linda.

Linda é a minha desdita, por ter sido o meu coração quedado ante os teus olhos cheios de furor e doçura.

Que tu me fales, não é necessário!

Basta apenas olhar em teus olhos e entender os teus desejos, pois tu falas com os olhos minha amada.

Meu Deus isso é coisa de Anjo!

Mas é assim mesmo que te quero meu amor, é assim, meu amor, que realmente eu gosto de ti com esses olhares que dizem tudo.

Eu adoro o jeito com que tu te vestes e acho lindos os trejeitos como tu arrumas os cabelos, e esmoreço completamente quando tu me olhas assim docemente.

Decifra-me ou eu te devoro!

Ah, como eu adoro quando a tua boca sorri; essa boca linda ornada de pérolas e orbitada por dois semi-arcos de carnes rubras, uma fonte inesgotável de beijos, amor e sedução.

Ó mulher de olhos brandos, eu não desejo que os meus olhos se fechem de repente, sem ao menos ter todo o tempo para poder exercitar essa virtude ou dádiva de apreciar os belos olhos teus.

Deixa-me, ó amada, nas tardes frescas de verão,  beber a luzente água dos olhos teus?

E esse pobre mortal que às vezes é um poeta, raramente um deus e outras vezes demasiadamente humano, acabou se envolvendo com os teus olhares.

Quando os meus olhares se envolvem com os teus olhos, eles nada mais vêem apenas se envolvem.

Os meus olhos se envolvem tanto, ó amada, que já me sinto encarcerado pelos teus olhares.

Por isso, minha Senhora linda e amada, da altura invencível das tuas sobrancelhas, eles me mostram o fogo e a ternura que deténs.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 31/01/2007
Reeditado em 31/01/2007
Código do texto: T365089