Nota 1 (07.09.11)
É estranho tocar nessa pele, e saber que isso significa menos que um momento na eternidade. Ouvir essa respiração, olhar nos olhos que me olham, e saber que isso é nada, em tanto tempo e entre tantas coisas. E, ainda sim, esse nada, na frente de tantas coisas que me fascinam, no meio de tantas coisas que me distraem.... esse nada é o que me pertence. É o que eu busco.
Sou nada... também. Como explicar isso, se você não pode me entender. Que dor terrível, que plenitude vazia, a de olhar nesses olhos que só estarão cheios por um momento. E vazios pela eternidade. Sou feliz por fazer parte desse momento. Mas como sou triste.
E, ainda sim, esses olhos estão me olhando desde que me lembro. Parece que sempre estivemos assim, numa eternidade de um pequeno momento. É estranho, mas o nada assim se torna eterno, mesmo que na eternidade ele quase não exista. Para mim... ah... como explicar a você, que não pode nunca me entender... Tenho medo dessa respiração, porque tenho medo de não vê-la mais. De não sentir esse peito nos meus dedos, de não ouvir essa respiração silenciosa no silêncio. Porque um dia ela vai parar. E todos ficarão assim, parados. Antes ou depois desse breve momento. E é isso.
É isso, por favor, tente entender. Escrevo-te porque gostaria que entendesse. Escrevo porque gostaria de estar usando essa segunda pessoa em todas as linhas.
Mas, escrevo sobre outro...