Algumas Histórias VI (Continuação)
Constante Ramos, Copacabana
No bar da esquina tudo a contento
Cerveja gelada, aperitivo, e eu já estava tocando minha gaita
Mas a paz se quebrou naquele exato momento.
Um barulho forte de freio e colisão
O som vinha da praia e ecoava em agonia
Levantei, estiquei o pescoço e vi o carro em contramão
Estava pegando fogo e ainda em movimento.
Corremos para prestar alguma possível assistência
Não havia mais nenhum carro envolvido no acidente
Juntaram os curiosos, os transeuntes
Muita fumaça e o carro queimava na minha frente.
Fui ao quiosque da praia e peguei um extintor de incêndio
Havia uma pessoa dentro do carro, nas chamas, no volante
Ao mesmo tempo em que meus amigos gritavam pelo bombeiro...
Aquela cena, fumaça e fogo, era chocante.
Mesmo sem poder vê-la, eu falava para a pessoa no carro ter calma
Corri para bem perto usando o extintor e me sentindo um herói
Quando extingui o fogo pensei que tivesse acabado o tormento
Mas o ego inflado demais às vezes dói.
Não era uma pessoa, era apenas o encosto do assento
O motorista havia saído muito antes - pulou do carro andando
Meu ato heróico havia se tornado amargura
De mocinho para louco – a vida nua e crua.
André Anlub
Site: poeteideser.blogspot.com
Poeteideser® - Pena & Pincel®
Contato: andreanlub@hotmail.com