O CORVO

O pássaro plana, sobrevoa.

Afasta-se em vôo de mau agouro.

Observa de longe, de soslaio, esquivo.

Pousado no cume da inaceitável humana ignorância.

Espera o momento propício,

Com inesgotável paciência,

Traçando planos na ânsia

De que o agonizante ser,

Sucumba no precipício a qualquer instante.

Aguarda a “deixa” fatal,

Então se lança sobre sua fraqueza,

Apoderando-se da presa.

Luta estranha;

A presa se perde,

A luta ganha,

Se ganha, perde-a;

Jamais um vencedor será.

Pelo menos para os que não passam a vida dormindo,

No (des) confortável leito do Ócio.

Riedaj Azuos - 05/2003, Nova União – RO.