O que eu vou contar para meus netos?
Não sou, nem nunca fui poetisa, mas me atrevi a escrever versos, cartas de amor e ódio, sonetos, canções, paródias, paráfrases. Narrativas que contam sensações vividas e sonhadas.
Não sou, nem nunca fui atriz, mas nos tempos de escola eu sempre me atrevi a representar, escrever e atuar nas mais variadas peças de teatro, por mais tímida que eu seja. Nestes momentos você entra em um mundo paralelo e esquece que tem um público te observando.
Não sou, nem nunca fui dançarina, mas muitas vezes já me dispus a criar a apresentar coreografias, para públicos que nunca haviam me visto e que eu nunca tinha visto antes.
Não sou, nem nunca fui cantora, mas também já soltei a voz nos mais variados momentos, da praça à igreja, do coro ao solo, para amigos e estranhos.
Não sou, nem nunca fui artesã. Mas enchia o meu tempo (e ainda encho) com bordados, pinturas e criações.
Hoje, sou mãe, professora, empresária, mas sinto falta da poetisa, da atriz, da dançarina, da cantora, da artesã que nunca fui, mas que sempre carreguei comigo. Pedaços de arte, de criação, de competitividade e de vocação. Mas principalmente pedaços das amizades que me faziam companhia no lápis, no palco, na pauta, na nota e no ponto.
08/01/2007 – 22:06
Após repensar a pergunta: O que eu vou contar para meus netos?