Esses Poetas...
Era tudo tão estranho, que ao menor suspiro, dentes batiam palmas.
Os pés ao avesso mastigavam nuvens e as mãos, essas sangravam dedos em pétalas de rosas. Os olhos em órbita enxergavam por entre os lençóis, umbigos nas cores do parto. Cordões enfeitando borboletas em sarais no meio do oceano, sem pudores, sem panos, sem planos.
Um querer salgar riachos, beber o mar, vomitar estrelas. Amores contemplados, enterrados, lapidados, balões arrebentados de paixão. Gêmidos no doce do algodão.
E a morte? Enfeitada em branco anágua, no dorso delicadas asas, ao toque de uns, anjo, mariposa, esposa, amante, criança. A outros dama taciturna, oriunda das covas, face em olheiras escavadas entre ossos. Nunca apenas morte.
Vida em negro escarlate, em amarelo chocolate a beijar maçãs, morder sóis, desfolhar pedras. Teatro de hortelã. Hotel, motel, leitos, casas, castelo, moradas, peito, corações, pulmões, flores e frutos, infinitamente verbos, adjetivos, adverbios, versos, inversos, substantivos concretos, abstratos, rimas. Métricas ou assimétricas. Letras e palavas, por eles eram adoradas ...
Sem dúvida, estranhos, lambiam feridas em um quê de profetas... Diziam-se em prosa e poesia, Poetas...