REFLEXÕES DE AREIA
Ninguém na praia. Apenas pegadas anônimas na areia branca.
Gaivota quebra o silêncio do meu acordar, voando aos pios.
Ela sempre vem ao meu encontro, quando estou assim,
em estado de reflexão de areia, ausência total de ser.
Logo vem outra, e outra, em bandos de pios e chilreios,
enchendo a praia deserta de sons passarinheiros.
Pousam uma a uma e não se importam quando sento perto delas. Para as gaivotas, não bastam apenas a praia deserta
e o vestígio de gente que se foi. Há que se ter um toque de ternura de fim de tarde e uma vontade inconsciente de não ser.
E ficamos ali. Até a areia branca ficar vermelha do ocaso
e o mar levar as pegadas anônimas para além das ondas.
11/01/2007