Das Letras...
Voam as letras, voam em baixo nível e em alto escalão. Emprestam-se aos dedos sem limites, sussuram ou gritam. Mutantes, vestem-se de vermelho, de negro, atravessam o dia, cortam a noite, seduzem a madrugada, comem, bebem, vomitam. Platam sementes no oco do peito. Borboletas no cio, incestos bordando textos.
Mentem fidelidade, juram amor servil, vis. Vis, viscerais, lanham suas entranhas e em sangue jorram garganta a dentro, leitos esquentam, vidraças arrebentam. Bailam nas mesas dos bares, tecem navalhas. Em orgia abraçam-se, oferecem-se por qualquer trago de tinta ou naco de lápis. Ao teclado, abrem-se. Sexo com ou sem amor, despudor.
Mascaram, mascam a carne e cospem o fermento da verve e dos vermes...
Na troca de página, de site, lá estão elas em outdoors, em rodapés, tímidas, pulhas, gordas, enxutas, desfilando livres, sem raízes, nuas e cruas, quase prostitutas...