Transcedental
As vezes me deparo em pensamentos efêmeros. Tão sutis como a brisa do mar em um dia fresco. Mas ao mesmo tempo hipnotizantes e intrigantes. Pensamentos porém profundos, mas que não podem ser levados a diante, pois sou tomada pela raiva ou pela fome. E percebo de certa forma assim que quem eu sou no final ou era para ser, era um ser transcendental.
Aprisionada na forma de carne e laptada pelo desejo. Não vejo escapatória dessa prisão que me condicinei em desespero, puro instinto. Quero sobreviver nesse mundo! Quero ser plena! Então aprendi que a carne é boa e saciá-la melhor ainda. Me faz completa, mesmo que por segundos, é um triunfo.
Sou carne, sou crua, nasci nua. Apresentada como moradia a minha alma e trancafiada pela vida mortal. Sou nada, sou tudo. Sou pó de estrela, sou o milagre da vida. Sou energia vital, sou um ser transcedental.
Que procura liberdade, em corpo e espírito, em carne e alma. O que eu queria era não ser dependente, tão inocente, tão influenciável por esse toten vazio, que no final nos caracterizam e chamam de gente.