ADVENTO DO FIM.
Aimer c’est regarder ensemble dans la même direction. (Antoine de Saint-Exupéry)
É como se houvesse uma premonição ou um pressentimento.
Pois quando paira no ar um astral, um clima, um quê ou algo inominável, isto quer dizer que, de forma anímica está se sentindo que existe alguma coisa que pretende te informar de algo que está para acontecer.
Toda intuição é, de certa forma, um verdadeiro presságio.
Isto é fantástico, pois é a aproximação de um apocalipse ou uma revelação.
O assunto que ora estou querendo abordar não é uma profecia, e nem tão pouco uma visão apocalíptica conforme João, talvez uma simples premonição.
É simplesmente um esforço mental para identificar algo que está me incomodando e já faz algum tempo.
Não é nada físico ou de caráter patológico e doentio, antes fosse, todavia, é algo sutil que está mexendo com as minhas emoções.
Tenho sentido que se trata de um evento que está ocorrendo muito distante de mim.
Mas que, de certa forma, me atinge com muita facilidade e precisão, em função de tratar-se de um esmagamento de sentimentos, por isso afirmei que estão a mexer com as minhas emoções.
Existe uma grande dificuldade em tratar deste assunto, tendo em vista que para identificá-lo com toda a presteza, eu terei que manipular subjetivamente e cuidadosamente com dois focos de sentimentos, uma verdadeira espada existencial cortando emoções para os dois lados.
Realmente, eu terei que entrar neste assunto pela porta da frente e enfrentar esta situação desagradável, mesmo porque, se não fizer isto, estarei tergiversando e aceitando esse jogo, essa encenação passional nos enganando ou sendo enganado.
O fato é o seguinte:
Eu comecei a sentir que o amor, o benquerer daquela mulher que há pouco tempo atrás, eu chamava de: “Senhora Minha Muito Amada” está se esvaindo; assim como aquelas nuvenzinhas que a gente vê no céu e logo vão desaparecendo como se evaporassem ante os nossos olhos.
Fico atônito sem me abismar por estar acontecendo desta forma, mas a bem da verdade, eu tenho notado que ultimamente ela com o seu comportamento atípico, infantilizado e mutável, me têm feito criar dúvidas a respeito da sua segurança nesse relacionamento.
Explico-me a seguir:
É com certeza que algo está ocorrendo, não existe uma outra razão plausível, pois tenho notado que a sua instabilidade de humor é muito freqüente e quase sempre por motivos infantis e sem uma real importância.
Talvez ela pense em romper o relacionamento, mas falta-lhe a coragem, e por isso fica encenando situações que possam gerar um atrito que leve realmente ao objetivo desejado.
É de se pensar que sempre existe e é possível uma estratégia sutil, nunca se sabe o que se passa além fronteira, pois me falta a paranormalidade da telepatia.
Tenho pensado muito sobre este assunto, pois esta instabilidade emocional, esse desajuste no benquerer, eu quero crer que poder ser provocada por uma desordem psíquica, ou que, se assim que ela procede é porque não sabe o que quer.
Digamos uma desordem da personalidade ou vivências acumuladas e arraigadas no inconsciente que, queiramos ou não, um dia, afloram para o consciente distorcendo a dita personalidade e destruindo os relacionamentos.
Outro comportamento observado é a constante mudança de humor, e esta volubilidade de humor pode ser o afloramento de processos psíquicos (complexos), que não foram bem resolvidos ou bem administrados em vida, e que agora, requerem um tratamento especializado. (psicanálise)
Eu entendo perfeitamente tudo isto!
Eu não pretendo dar prosseguimento a um relacionamento que na sua gênese, já apresenta um caráter instável e de forma repetitiva.
O que estou relatando são apenas enfoques observados, nada científico ou médico, mas eu acho que tudo se resume num simples e assertivo sintoma:
Quem pretere um, por certo, prefere o outro.
Simplesmente trata-se do advento do fim de um sentimento: O amor.
Se realmente se trata do fim de um relacionamento, eu acho que deveria ser resolvido de frente um ao outro.
Que seja o mais sincero possível, isso é fundamental, porque é o ideal para uma estruturação mais afirmativa do individuo.
Acho que ela deveria procurar um caminho mais construtivo, no qual a gente se sinta mais enriquecido, com um sentimento de missão cumprida, de respeito, que valeu a pena, que foi eterno o quanto durou etc.etc.
Esta seria uma atitude muito digna para se poder lidar melhor com os sentimentos de perda, tristeza e raiva que necessariamente irão surgir nesse momento.
É necessário que se crie a oportunidade para terminar esse relacionamento, seja essa oportunidade uma carta, um telefonema, um e-mail ou até mesmo pelo MSN, pois este foi o meio que encontramos para estreitar o nosso relacionamento.
Todos os meios são válidos, pois é fundamental que se tenha um fim oficial do relacionamento.
É necessário se conhecer a psique humana, para que possamos compreender porque fazemos as coisas que fazemos. (C.G. Jung)
Tradução do subtítulo: “Amar é olhar juntos para a mesma direção”.
Eráclito.