AU - REVOIR!
ESTOU DE PARTIDA!
Dizem que toda a partida é dolorosa, não sei se é porque a partida tem haver alguma coisa com o parto.
Acho que sim!
É que, na verdade, a partida é uma expulsão ou uma saída de algo ou de alguém que não está nos satisfazendo mais.
E isto realmente é um parto – dói.
A partida também pode ser considerada como uma busca pela liberdade, entretanto, sabemos que toda a liberdade tem o seu custo, e também sabemos pela história que muito sangue foi derramado por essa moça cheia de graça e alvissareira de sonhos.
Porque tenho que partir agora?
É simples, porque se deixar para mais tarde, talvez não seja mais possível desentranhar-se e o que era livre acabou por escravizar-se.
E uma vez escravizado, naturalmente, a gente se torna servil, sem vontade própria, sem sonhos, sem vida, um verdadeiro funil existencial.
Partir é como embarcar numa nave qualquer e navegar sem rumo em busca de um novo porto.
Partir também é disfarçar e engolir soluços, baixando-se os olhos embaçados pelas lágrimas tristemente vertidas.
Isso é partir!
Na partida, normalmente, lembramos dos projetos, dos sonhos, dos anseios e dessa própria partida que não estava nos projetos e nem nos sonhos.
Por isso, eu vou partir em direção leste, para ver se encontro uma nova aurora diferente das auroras que vi.
Portanto,
Adeus!