AU - REVOIR!

ESTOU DE PARTIDA!

 

 

Dizem que toda a partida é dolorosa, não sei se é porque a partida tem haver alguma coisa com o parto.

Acho que sim!

É que, na verdade, a partida é uma expulsão ou uma saída de algo ou de alguém que não está nos satisfazendo mais.

E isto realmente é um parto – dói.

A partida também pode ser considerada como uma busca pela liberdade, entretanto, sabemos que toda a liberdade tem o seu custo, e também sabemos pela história que muito sangue foi derramado por essa moça cheia de graça e alvissareira de sonhos.

Porque tenho que partir agora?

É simples, porque se deixar para mais tarde, talvez não seja mais possível desentranhar-se e o que era livre acabou por escravizar-se.

E uma vez escravizado, naturalmente, a gente se torna servil, sem vontade própria, sem sonhos, sem vida, um verdadeiro funil existencial.

Partir é como embarcar numa nave qualquer e navegar sem rumo em busca de um novo porto.

Partir também é disfarçar e engolir soluços, baixando-se os olhos embaçados pelas lágrimas tristemente vertidas.

Isso é partir!

Na partida, normalmente, lembramos dos projetos, dos sonhos, dos anseios e dessa própria partida que não estava nos projetos e nem nos sonhos.

Por isso, eu vou partir em direção leste, para ver se encontro uma nova aurora diferente das auroras que vi.

Portanto,

Adeus!

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 07/01/2007
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