Descarnização
Pinçada na boca do parapeito do tempo, parei-me, enrolei-me em meu cordão umbilical, nesse que insiste, triste, da tesoura da ruptura traçar sua fuga em meio ao meu caos. Janelas namoram-me, chamam-me, aprecio-as do meu casulo, chão e poço. Fora dos muros, consolo. Quase engôdo...
Reteso-me, encolho-me em meu próprio eixo. Do avesso, medula exposta, quase rosa, tozo-me. Enredilhada as minhas entranhas, descamo vaidades, despeço imagens, retalho a carne, descarno.
Exposta, despetalada, decantada, desossada, descarnada. Alma, desmaterializada, fatias em poesia e prosa...