Finalmente, o início

Sempre quis , você odiava,

Queríamos tudo.... viver era uma delas.

Insisti, você assistiu de longe.

Senti, logo te vi consentir.

Depois da guerra, veio a morte,houve a despedida,

fria, muda, seca...

Um caos, uma breve dor. Na verdade uma vontade de voar.

Ir longe, ver que realmente as linhas eram paralelas.

Deitar-me em verdes pastos, como aquele do "Bom Pastor",

contaria todo o rebanho, aguardaria os segundos...

e sua fúnebre partida passaria.

Então passou...como a friagem de julho, o sol do verão,

se foi com as folhas daquele outono, com aquele inverno infernal,

sentada naquela sala fria, onde o quadro de "Salvador" consumia-me,

e eu me derreti por dentro como aquele relógio "surrealista".

Minha insônia, transformou-se numa paz sem fim.

Restaram cds riscados, livros com páginas arrancadas, fotos recortadas,

dvds sem áudio...

Nenhuma garrafa daquele seu vinho Chileno, nenhuma fantasia,

nada excitante, nenhum "blues" ou "jazz", o som do Sax se abafou...

foi se esvaindo na imensidão do corredor.

Mas levarei flores todos os dias, meu coração hoje renasceu,

minha alma canta, meus lábios querem beijar até o ar.

A sua morte na minha vida, foi júbilo, uma insuportável leveza e te amo todos os dias por isso.