(Re) encontro

No avião o coração dela batia descontrolado, a ponto de ela pensar se chegaria em terra viva... em casa, ele acendia velas em frente ao altar com os deuses de ambos. Incensos de sândalo, casa limpa, especiarias... mal acreditava na premente possibilidade de tê-la novamente.

No aeroporto, ela dobra a curva da saída com a mala. O tempo para.

O olhar envergonhado procura, o sorriso ilumina os dois.

No ônibus de volta, sentados nas últimas poltronas, a conversa sem jeito, ele toca a mão dela e então se beijam. Ah, minha vida por esse beijo... Ele toca os seios, a curva entre as pernas, e afunda o nariz nos longos cabelos. Ah, o cheiro dela...

A ansiedade de chegar é muita, mas essa espera adicionada de distâncias só fez aumentar o desejo, que agora transborda em ambos.

Em casa a mala ficou lá na porta. As roupas se largaram em trilha, desde o corredor até o quarto. E na cama, desde as mãos entrelaçadas até os olhos que choram, novas formas de fusão se inventam.