IN HONORIS CAUSA
IN HONORIS CAUSA.
Tenho pedido a Deus e só Ele sabe, o quanto tenho me esforçado com relação à apresentação do que escrevo concernente à ortografia e ao estilo.
Muito gostaria de possuir o dom da síntese, essa tua natural e inimitável especialidade estilística, um genuíno exercício de lingüística pura.
Tu tens o dom de dizer muito com poucas palavras, sobretudo, ditas e cunhadas de uma forma devidamente expressiva, num sentimento nobre e autenticamente verdadeiro.
Agradeço-te Minha Cara Senhora Paixão, um tratamento íntimo acrescido da palavra paixão que, na intimidade muito me apraz te chamar assim.
Sendo assim, agradeço novamente o certificado que presentemente me outorgas com redobrado carinho, o de “In Honoris Causa” o grau extracurricular de “Carinhoso Mor”.
Todavia, sou obrigado a usar da minha modéstia para, te dizer que não sou o exclusivo merecedor desse augusto certificado ou dessa outorga inigualável.
E assim, ouso te dizer com segurança e honestidade que, se eu faço por merecê-lo é a ti que devo todo esse meu comportamento atípico.
Isto é, o de ser carinhoso e dedicado, pois foi em ti que descobri em mim que amar é um bem, que faz muito bem.
Se for possível e eu acredito que seja, um dia, quem sabe, ainda morrerei de amor.
E se permanecer pairando sobre nós esse envolvimento idílico de querer bem, eu posso te assegurar com muita certeza que, te amarei pelo resto da minha vida até nos confins.
Pois a ti minha cara Senhora paixão, devo a ressurreição do bem querer em mim.
Tu és uma poetisa por excelência, entretanto, não concordo com o que dizes, haja vista ter observado em um dos teus versos que, se diga de passagem, “Versos Sublimes”, onde verdadeiramente sublimaste a indizível poesia da vida.
Aquela poesia que eu tanto esperava.
Simplesmente por teres manifestado sinceramente, o anseio de querer fazer parte da minha felicidade.
Isso é tudo o que eu queria, agora eu já tenho!
Minha Cara Senhora Paixão, não só fazes parte de mim, como também comungas do meu sentimento e da minha felicidade.
És também por desígnios indiscutíveis o catalisador maior dessa nossa essência de bem viver, portanto, nutrindo-me na tua candura e na meiguice brejeira do teu lindo olhar, eu serei feliz.
Inda pouco estava pensando cá com os meus botões, pouco sei a respeito do amor, todavia minha cara Senhora paixão, não sei se me iludo, mas presto-me muito bem para te querer muitíssimo bem.
Eu sei também que a forma natural que norteia o meu comportamento, flui de uma maneira magistral e equilibrante em tua direção.
É como se houvesse essa necessidade latente e imanente em mim, aflorando na minha forma de ser uma natureza inexplicável e quase divina.
Senão, uma procura de alma como compensação ou conforto, minimizando assim, os meus próprios sofrimentos e as frias dores pelas quais remotamente passei.
E se Deus permitir, pretendo, um dia, transformá-los numa vivência de paz, de harmonia, numa envolvência segura e confortante de amor.
E assim espero que todos os meus dias, sejam somente direcionados e vividos por ti.
Assim, eu acredito Minha Cara Senhora Paixão!
Desculpe esse improviso ousado de agradecimento, numa outra oportunidade, eu te farei um agradecimento muito pessoal.
Aliás, um envolvimento que tem sido muito a nosso gosto ultimamente, este saiu um tanto coloquial e epistolar, confesso que seja quase um pequeno ensaio de estilo sem, contudo, desmerecer e perder a veracidade da emoção.
Vou finalizar por aqui, a fim de não irritar o falecido Mário de Andrade, que poderá corcovear dentro da campa e, de repente, ressuscitar na última hora e desdizer tudo o que imprimiu e estilizou na Língua Mater durante a sua vida literária.
Língua essa que hoje estamos inseridos por uma rara obstinação, e que a usamos para confessar as nossas duras veleidades.