CERTA NOITE, NUM CERTO ECLIPSE

CERTA NOITE, NUM CERTO ECLIPSE.

Um poemeto ligeiro como um eclipse.

Tudo se eclipsou!

Somente estas rosas foram preservadas para ti.

A lua se violetou e tu eclipsastes em mim.

Os astros movimentaram-se numa cadência de meio século.

Alinharam-se e, por um instante, à velocidade da luz beijaram-se sideralmente.

E na sombra dos astros, eu também te beijei, estrela desertora, expulsa pelo eclipse para os meus braços.

E agora, estou contaminado pela doença dos bólidos siderais, e assim, te quero num eclipse infinito fazendo sombra no meu coração.

Os astros benevolentes numa cena univérsica, apresentaram somente para nós a indizível apoteose da harmonia, estabelecida na abóbada escura e intangível do Cosmo.

E cá em baixo, uma estrela e um cometa, ambos humanos, movimentam-se em cadência de amor preparando-se para o eclipse final.

Abandonarei a minha luneta, pois não precisarei mais dela, porque a estrela que tanto procurava agora já brilha com fulgor no meu próprio universo.

Um cometa que não mais órbita o cosmo porque te ama.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 21/12/2006
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