CERTA NOITE, NUM CERTO ECLIPSE
CERTA NOITE, NUM CERTO ECLIPSE.
Um poemeto ligeiro como um eclipse.
Tudo se eclipsou!
Somente estas rosas foram preservadas para ti.
A lua se violetou e tu eclipsastes em mim.
Os astros movimentaram-se numa cadência de meio século.
Alinharam-se e, por um instante, à velocidade da luz beijaram-se sideralmente.
E na sombra dos astros, eu também te beijei, estrela desertora, expulsa pelo eclipse para os meus braços.
E agora, estou contaminado pela doença dos bólidos siderais, e assim, te quero num eclipse infinito fazendo sombra no meu coração.
Os astros benevolentes numa cena univérsica, apresentaram somente para nós a indizível apoteose da harmonia, estabelecida na abóbada escura e intangível do Cosmo.
E cá em baixo, uma estrela e um cometa, ambos humanos, movimentam-se em cadência de amor preparando-se para o eclipse final.
Abandonarei a minha luneta, pois não precisarei mais dela, porque a estrela que tanto procurava agora já brilha com fulgor no meu próprio universo.
Um cometa que não mais órbita o cosmo porque te ama.