TUA ÍNTIMA SOBERANIA
TUA ÍNTIMA SOBERANIA.
I- Eu sou o amor e tu naufragaste em mim, como nave misteriosa vinda dos mares do norte.
II- Nas praias sobre as areias quentes, nós ouvíamos o tropel de ondas precipitando-se sobre as rochas milenares e, nesse devaneio, definiu-se a gênese de uma linda menina.
III- Quanta transfusão de amor e quantas promessas para o porvir, apenas censuradas por insistentes e repentinos beijos, sacramentando todos os anseios e os desejos escondidos.
IV- Amor era o que respirávamos e a tua intimidade como escondida concha era-me oferecida. Teus seios arfavam no peito desejando uma carícia a mais.
V- Nada obscurecia os nossos tenteios. Os arrulhos eram em profusão recíprocos e constantes. As tuas mãos cerceavam-me de carinhos plenos e os teus lábios continham a luz da sedução.
VI- Nada arrefecia os desejos da carne. E a noite se transformava em concubina numa apoteose de corpos. A volúpia nos dominava até a exaustão, sabidamente comungada.
VII- Teu corpo fremia e as tuas mamas intumescidas se transformavam no meu refúgio, e assim me recebias sexualmente pronta.
VIII- Foi turvo o meu amor e, na embriaguez própria, adormecíamos entrelaçados aquecendo-nos em nossos próprios corpos abrasados.