TUA ÍNTIMA SOBERANIA

TUA ÍNTIMA SOBERANIA.

I- Eu sou o amor e tu naufragaste em mim, como nave misteriosa vinda dos mares do norte.

II- Nas praias sobre as areias quentes, nós ouvíamos o tropel de ondas precipitando-se sobre as rochas milenares e, nesse devaneio, definiu-se a gênese de uma linda menina.

III- Quanta transfusão de amor e quantas promessas para o porvir, apenas censuradas por insistentes e repentinos beijos, sacramentando todos os anseios e os desejos escondidos.

IV- Amor era o que respirávamos e a tua intimidade como escondida concha era-me oferecida. Teus seios arfavam no peito desejando uma carícia a mais.

V- Nada obscurecia os nossos tenteios. Os arrulhos eram em profusão recíprocos e constantes. As tuas mãos cerceavam-me de carinhos plenos e os teus lábios continham a luz da sedução.

VI- Nada arrefecia os desejos da carne. E a noite se transformava em concubina numa apoteose de corpos. A volúpia nos dominava até a exaustão, sabidamente comungada.

VII- Teu corpo fremia e as tuas mamas intumescidas se transformavam no meu refúgio, e assim me recebias sexualmente pronta.

VIII- Foi turvo o meu amor e, na embriaguez própria, adormecíamos entrelaçados aquecendo-nos em nossos próprios corpos abrasados.

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 21/12/2006
Código do texto: T324645