RUBRO AMOR
R U B R O A M O R.
I- Em ti se acumularam todos os encantos e todas as ternuras que somente os meus olhos cansados vêem. (Pablo Neruda).
II- Foi assim, rubro o meu amor por ti, e eu somente via estrelas no céu da tua queimada beleza, foi esse o meu desatino cometido.
III- Eu era um cometa errante na chuva, e tu interceptaste a minha trajetória sideral. Havia fogo na tua forma estelar e vestígios de Via Láctea em teu sorriso.
IV- Nas tuas mãos frias de junho, eu já pressentia a indecisão, a pior das decisões. Mas o meu amor foi maior, acreditando em tuas palavras nervosamente inseguras e sibiladas.
V- Foi ávido o meu amor por ti e tu correspondias na teimosa busca do êxtase no prazer, sabidamente incapaz.
VI- Era terna a minha afeição por ti. Assim, eu fazia com que te extasiasse com os meus plenos carinhos. No entanto, era confusa a tua potencialidade orgástica, mas te comportavas como um súcubu ardente e febrilmente enlouquecido.
VII- Foram necessárias várias luas para despir a tua persona, quando emergiu de pronto, a tua insuficiência congênita.
VIII- Nada turvava o meu amor e no silêncio compreendia a tua desdita. Num esforço, já depravado eu batalhava em teu corpo para que buscasses o ápice do prazer.
IX- Tudo se desvaneceu, e o teu amor pífio tangenciou a confiabilidade. De repente, tu partias enlouquecida para a insensata procura do prazer, numa seara alheia te frustrando novamente e te expondo nua sem mérito no mundo.
X- Tenho piedade de ti e rogo pelo teu equilíbrio, pela tua sensatez e pela melhora da tua performance. Pois, tu és ainda a guardiã do grande amor da minha vida, a minha menina. Talvez, um dia, ela compreenda porque naufragou esse grande e rubro amor.